<em>Pereira da Costa</em> ameaça despedir

Mais de setenta trabalhadores da empresa Pereira da Costa Construções foram surpreendidos, a 30 de Agosto, por uma carta com o título «Sanções disciplinares», ameaçando-os de despedimento, denunciou o Sindicato dos Trabalhadores da Construção do Sul.
Num comunicado de dia 4, o sindicato considera ser esta mais uma situação de «despedimento colectivo encapotado» e acusa a administração de ter alegado que os trabalhadores estavam a efectuar um suposto «boicote», ao recusarem as propostas de rescisão.
A estrutura sindical considera inadmissíveis tais acusações, que pretendem «lançar sobre os trabalhadores responsabilidades que não lhes cabem no plano da gestão, actividade e produtividade da empresa», e acusa a administração de praticar um acto de «pura ficção e retórica barata descabida de consistência legal e moral».
Sublinha-se ainda, no comunicado sindical, que os trabalhadores não acreditam nas medidas de viabilização constantes do Plano de Reestruturação da empresa, concebido pela administração, e salienta-se que a intenção das referidas cartas é «atemorizar os trabalhadores na tentativa de os dividir».

Impedir os despedimentos

O sindicato avisa que os trabalhadores continuarão a lutar para garantir o direito ao trabalho e o pagamento dos salários e subsídios em atraso, impedindo os despedimentos.
Para anteontem estava agendada uma reunião com a administração, mas esta adiou o encontro para amanhã. O sindicato já fez saber que, logo após a reunião, convocará um plenário geral de trabalhadores, para fazer o ponto da situação e adoptar as formas de luta e acções que sejam consideradas convenientes.
A Pereira da Costa Construções surgiu em resultado da falência da MB Pereira da Costa; o sindicato expôs a tentativa de despedimento à respectiva comissão de credores e ao liquidatário judicial, dos quais o sindicato quis saber quando se efectuará a escritura do imóvel onde ficam as instalações da empresa.
A tentativa de despedimento foi também denunciada à Inspecção-Geral do Trabalho.

Adiou para atacar

Ao ter mostrado indisponibilidade para uma reunião no Ministério do Trabalho, agendada para a passada segunda-feira e adiada para amanhã, a administração da Pereira da Costa, na Venda Nova, Amadora, apenas pretendeu ganhar tempo para que todos os trabalhadores suspensos recebessem as notas de culpa, acusou o Sindicato da Construção do Sul.
O sindicato, nestes dias, tem sido contactado por mais trabalhadores, para além dos cerca de 70 referidos no final da semana passada. As notas de culpa fazem parte de processos disciplinares por alegada desobediência a superiores hierárquicos e têm 35 requisitos iguais para todos os casos, «o que demonstra a cabala de mentiras e insinuações que pretendem lançar contra os trabalhadores», protesta o sindicato, numa nota de imprensa que divulgou anteontem.


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